Curso Cpc Ejef

State University of New York at Old Westbury - Para mim, é um prazer estar aqui com vocês todos. Hoje venho falar-vos dos peixes, dos peixes e do seu comportamento, dos peixes e da sua sexualidade, dos peixes e das suas sociedades porque, embora possam achar estranho, os peixes, tal como nós, formam sociedades muito complexas. Também venho partilhar com todos vocês a minha história pessoal com os peixes. Começou na infância, aos quatro ou cinco anos, quando ia ao médico, ao pediatra, porque o meu pediatra tinha um aquário na sala de espera. Eu devo ser uma das poucas crianças — muitos de vocês devem ter filhos e sabem como é difícil levar um filho ao pediatra — que ia ao pediatra com gosto, porque aqueles animais fascinavam-me. Depois, embirrei que queria tê-los lá em casa mas não me deixaram porque, naquela época, dizia-se que os peixes davam azar. Então, estudei biologia. Enquanto estudava biologia, descobri uma coisa que me chamou a atenção. Mais de 50% das espécies dos vertebrados eram peixes. Isso quer dizer que, se considerar os répteis, os mamíferos, as aves, os anfíbios e somar isso tudo, não consigo a mesma quantidade de espécies dos peixes. Isso implica que é um grupo que tem muita diversidade, diversidade de formas, diversidade de cores, diversidade de formas de alimentarem-se, de se reproduzirem, e faz deles um grupo extremamente interessante. Esta diversidade, seguindo um pouco a minha história pessoal, comecei a entendê-la melhor quando comecei a trabalhar, quando estava no secundário e, obviamente, como caprichoso que sou, num aquário parecido com aquele que ali veem. Uma das coisas de que mais gostava era acabar o trabalho e ficar ali, uma coisa que não é muito frequente, pelo menos agora. Terminava o trabalho, ficava sozinho no aquário, fechava a porta, sem clientes a incomodarem-me, a olhar para os aquários. Era um aquário muito grande. Tinha cavalos-marinhos, piranhas, peixes tropicais, peixes de água doce. Passava horas inteiras a observar o que faziam, como se relacionavam, se brigavam ou não, se punham ovos, que relação tinham com as crias, e montões de coisas que começaram a dar-me uma ideia de que os peixes tinham comportamentos muito importantes, que não era um animal de pouco interesse, tinham muitas coisas. Por vezes, chegava a pensar que, muitas vezes, comportamo-nos como peixes na água. Na vida de muitos de nós, certamente os peixes apareceram — porque vejo que vocês são bastante jovens — com este filme famoso da Disney, chamado "À procura de Nemo" que nos conta a história duma espécie que existe, que se chama "peixe palhaço" e vive nos recifes de coral. Conta-nos a história de Nemo e do seu pai viúvo, que se chama Marvin. Estes peixes têm sociedades formadas por um harém de machos. A fêmea tem um harém de machos. A fêmea é dominante, é ela quem manda. Quando esta fêmea morre, o macho que formava par com ela, muda de sexo, transforma-se em fêmea. O sinal desencadeado pelo desaparecimento da fêmea faz com que o macho destrua o testículo e desenvolva um novo ovário. Ou seja, o argumento do filme é claramente incorreto, porque não pode existir um Marvin viúvo, mas devia existir uma mãe a que podíamos chamar Florência. (Risos) Mas nesta imagem, Nemo olha surpreendido para o que se passou Na realidade, se fosse na vida real, não ficaria surpreendido porque os peixes palhaço mudam de sexo e podem fazê-lo sem dar explicações nem pedir autorização. Nos animais é muito frequente encontrarmos muitas diferenças notáveis entre machos e fêmeas. Em geral — e digo em geral porque, em biologia, é incorreto generalizar — em geral, por exemplo, nas aves ou nos peixes também, os machos costumam ser muito mais coloridos, muito mais vistosos, muito mais agressivos. Porque é que isso acontece? Reparem no exemplo clássico do pavão real, em que temos um macho com uma cauda gigante que não serve para voar. Uma cauda tão grande que é comido por um puma ou um tigre. Não é porque vivem na Ásia e a fêmea é muito menos vistosa. É uma questão de energia, de certa forma, porquê? Porque o macho produz espermatozoides. Os espermatozoides são células de baixo custo, são baratas. Sim, fazemos células baratas. As mulheres e as fêmeas de todos os animais produzem óvulos, ou seja, os ovos — o ovo da galinha é o seu óvulo. Cada ovo que a fêmea produz é muito custoso, em termos de energia. Custa-lhes muita energia, pôr a gema, a clara, a casca. É custoso, e por ser tão custoso, a fêmea não o vai dar a um qualquer. Ele sim, vai tratar de espalhar as suas células baratas pela maior quantidade possível de fêmeas, mas elas não vão guardar esses ovos, que tanto lhes custou a produzir, para aquele que mostre a cauda, as melhores cores. Às vezes, obviamente, têm que conformar-se com o que há. (Risos) Nos peixes sucede o mesmo, é muito frequente que os machos sejam muito mais coloridos, como aquele que vemos ali. É um macho duma espécie muito estudada que é o exemplo duma espécie que vive em África. Estão muito estudados quanto o seu comportamento. Esta é a fêmea, muito mais sóbria, menos colorida, e, se repararmos no seu comportamento, também é muito mais tranquila. Que podemos dizer dos seres humanos? (Risos) Quantas vezes temos falado dos machos alfa? As comparações são válidas, não é? Nós fazemos tatuagens, pomos colares. Eu vesti esta camisa hoje, tratamos de ter dinheiro, tratamos de ter poder, de ser vistosos, da melhor maneira possível, porque isso, de certo modo, aumenta o nosso êxito reprodutor. Se quiserem, perguntem por aí. Quer dizer, é mau generalizar, nem sempre é assim. Este é um peixe dos abismos, vive nas profundezas do mar onde o indivíduo enorme que veem ali, é a fêmea. O indivíduo pequenito que está em baixo é um macho quase parasita. De facto, quando se descobriu a espécie, chamaram-lhe o "marido parasita". Porquê? Porque, quando encontra uma fêmea, cola-se a ela, come através da pele dela, e viaja todo o tempo, agarrado a ela. Maridos parasitas também são nossos conhecidos. (Risos) Não sei se todos se lembram. (Aplausos) Um casal famoso. Mas agora chegámos ao auge da ação. Não nos basta sermos muito coloridos e vistosos Temos que lutar uns com os outros — e os peixes, não? — para mostrar que essa cor não é apenas uma cor, Porque é que estes peixes estão agarrados pela boca? Não é realmente um beijo. Os peixes agarram-se pela boca num comportamento que se chama precisamente "agarrada de boca". É como um braço-de-ferro. Agarram-se durante um grande bocado, às vezes demora minutos e o que conseguir dar a volta à cabeça do outro, ganha o braço-de-ferro. É esse que vai ficar com o melhor território, com o melhor acesso aos alimento, com os melhores recursos e com a fêmea que está ali à espreita, não sei se a veem, para ver com quem vai ficar. Julgaríamos que o outro se vai embora mas os recursos são limitados e estas situações de agressividade aumentam na medida em que os recursos são mais limitados. Quer dizer que aqueles peixes que vivem em ambientes de recursos limitados não se vão embora quando perdem um combate, ficam como machos subordinados. Voltamos assim à espécie anterior e mostro aqui em baixo um macho subordinado. Parece ser de outra espécie, parece ser uma fêmea mas não, é igual ao de cima. Vivem em comunidade, vivem todos juntos, os dominantes nos seus territórios e as fêmeas vão patrulhando território por território. Entregam os seus ovos àquele de quem mais gostam. Os machos subordinados patrulham juntamente com elas e, ao patrulharem com elas, não estão à procura das fêmeas, elas não ligam aos subordinados. Eles também não vão entrar em confrontos porque já enfrentaram um dominante e perderam a contenda. Mas que se passa? Eles sabem qualquer coisa que nós não sabemos. Sabem que ser dominante é importante, ser vistoso é muito bom. As fêmeas vão escolher os mais vistosos, mas há alguém que escolherá aqueles mais vistosos. São os peixes maiores, não é? Aquele animal com maior coloração, que esteja mais exposto, e seja mais vistoso, será apanhado com maior probabilidade, por outros peixes maiores, pelas aves aquáticas. O subordinado, quando vê que o dominante desapareceu, ocupa o seu lugar. Portanto isto da dominância e da subordinação vai-se fazendo de forma dinâmica e vai mudando com o tempo. Isto é apenas um exemplo dos milhões de exemplos mas vemos que se repetem numa série de espécies. E nós, seres humanos, que podemos dizer quanto a isto? É difícil negar que haja uma relação de dominância-subordinação. Estudos feitos em jardins-de-infância provam claramente, que os meninos, já com um ano e meio, estabelecem relações de dominância, em que há um menino que é dominante perante os outros. É muito difícil trazer para a atualidade estas coisas tão biológicas. Mas, se voltarmos aos tempos dos nossos antepassados, da savana africana, certamente eu poderia colocar uma hipótese, que aqueles indivíduos mais vistosos mais dominantes, foram apanhados, por exemplo, pelo tigre dentes de sabre, E os outros subordinados ocuparam esses lugares. Mas que fizeram os seres humanos? Nós mudámo-nos para as cidades, construímos cidades, afastámo-nos da natureza. Enchemo-nos de cimento e afastámos todos os predadores. Mas fizemos uma coisa muito interessante, foi construir, de certa maneira, um organismo superdepredador capaz de dar a dominância a um indivíduo e transformá-lo em subordinado. Esse organismo depredador são os meios maciços de comunicação. Se não acreditam, quero que me digam: Quem se lembra alguma coisa da gestão de Bill Clinton? Quem se recorda de quem é Monica Lewinski? Todos. Reparem como um meio de comunicação, digamos, todo o conjunto dos "media" conseguiu transformar uma pessoa dominante numa extremamente subordinada. Que eleições voltou Clinton a ganhar? Para terminar, agora quero contar-lhes a verdade. O que estivemos a fazer chama-se "biologia social". É um ramo da biologia que teve muito má fama durante muito tempo, porque estava ligada com o nazismo porque tratava de explicar tudo o que era humano através do natural. Mas foi revitalizada e atualizada e é muito importante porque, para além de nos dar informações sobre a diversidade biológica e os diferentes comportamentos que os animais podem ter, dá-nos ferramentas concretas para solucionar problemas. Vemos aqui dois problemas que, muitas vezes, os seres humanos partilham com os animais: a sobrepopulação. Vemos isso num viveiro de trutas, vemos isso num meio de transporte público num país em desenvolvimento. A biologia social pode dar-nos ferramentas concretas para melhorar a situação da sobrepopulação nos animais que comemos. Às vezes, comemos animais sem saber em que situação foram criados. Sem sabermos em que situação de "stress" foram cuidados e não é muito difícil melhorar essas situações de "stress". É preciso estudar. Será que a biologia social pode levar-nos a melhorar a relação entre os seres humanos? É uma pergunta sujeita a debate. Mas estou absolutamente convencido de que conhecer as bases biológicas do nosso comportamento social certamente levará a que nos entendamos muito melhor entre nós. Muito obrigado. (Aplausos).

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Jequié:

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