Wagner College - A nossa conversa de hoje, a nossa reflexão de hoje é sobre ansiedade. Você sente ansiedade? Eu sinto! Eu acho que todos nós sentimos, se alguém disser que não tem ansiedade nenhuma não é muito verdadeira, porque não se percebeu ainda, não é? Claro que temos, o que vai acontecer hoje? O que eu projetei para hoje? Será que vai dar certo? Tem uma palestra para fazer, tem um trabalho a fazer, tenho um encontro, um encontro com uma pessoa que eu gosto que eu não sei como será esse encontro, eu fico um pouco ansiosa, ansioso. Uma vez eu fui visitar a esposa de Chagdud Tulku Rinpoche, que é lá de Três Coroas, ele já faleceu e havia acabado de falecer há pouco tempo e ela me convidou para ir até Três Coroas e quando eu cheguei lá, ela disse assim: Monja, estava tão ansiosa e feliz de recebê-la que desde ontem eu me alegrava! Não é gostoso ouvir isso? Essa é uma ansiedade boa, eu vou me encontrar com você e desde ontem eu comecei a me alegrar, a esperar por você. O pequeno príncipe fala sobre isso também, né? O encontro dele com a raposa, se eu sei que vou te encontrar e que você vai chegar na hora certa eu já me alegro um pouco antes de você vir, mas se você não chega e se a pessoa que a gente está esperando não chega? A pergunta hoje é do Renato, ele diz: como descobrir a origem da ansiedade? Gostaria que pudesse falar com mais profundidade sobre esse tema, que é muito comum na correria do dia a dia, sei que já mostrou alguns vídeos no Youtube mas poderia abordar como enfrentá-la e como minimizar os seus efeitos que até somatizam? Alguns terapeutas dizem que à ansiedade é a base da depressão, a pessoa muito ansiosa está sempre antevendo o que vai acontecer, ela não está presente no momento, ela não está vivendo esse instante, ela está tão pré ocupada, não está ocupada, porque está pré ocupada e acaba não apreciando o momento que está vivendo, ela está sempre pensando o que vai ser depois, o que vai acontecer depois, ou reclamando do que aconteceu antes, também tem uma ansiedade do passado, né? Não era como eu queria que fosse, porquê foi assim? Então nós temos que trabalhar um pouquinho isso. A gente trabalha muito estando no momento presente, parece óbvio. Já falei isso 10 milhões de vezes, vou falar 11 bilhões de vezes se necessário, porque eu preciso lembrar a mim mesma, não é só você Renato é a mim e a todos nós. Precisamos nos lembrar disso, sempre que eu vou fazer uma palestra pública em qualquer lugar eu começo com momentos de meditação consciente, de respiração consciente, porquê? Não é só para o público, é pra mim. Eu preciso chegar num lugar e eu preciso respirar conscientemente, eu estou vindo de outras atividades: que seja o trânsito, carro relacionamentos, discussões, reuniões, problemas. Temos todos problemas, né? Eu vou carregando isso em mim, mas se eu chego num lugar para ter um encontro com alguém, eu estou carregando todo esse peso dos outros encontros e das minhas pré ocupações, eu vou criar um estado de certa ansiedade por que não estou preparada, preparado para o encontro. Por que minha cabeça ainda está no anterior ela não chegou ali! Então eu recomendo isso, é uma técnica maravilhosa que todas as tradições budistas falam, não só a minha, não só o Zen, respiração consciente, parece um nada, isso é uma chave de ouro você está ansiosa, ansioso por alguma coisa? Respira! Percebe à ansiedade, onde é que começa, como está seu batimento cardíaco, houve contração muscular? Perceba o seu diafragma, ele contrai. A sua respiração fica o quê? Aqui em cima? Alta! Ansiedade, à respiração pulmonar, é alta, você trabalha baixando essa respiração fazendo ela mais abdominal, é possível sim. E às vezes algumas recomendações até do Thich Nhat Hanh, aquele monge vietnamita, que já está com mais de 90 anos, que é um geniozinho, disse o seguinte: caminhe! Faça meditação caminhando, ande na sala está com ansiedade começa a andar e invocar à paz. Eu invoco pela tranquilidade, que cada passo meu seja um passo em direção à presença absoluta a esse estado de tranquilidade que me permite respirar melhor respirar melhor e oxigenar melhor meu cérebro para estar absolutamente presente aonde estou Isso é importante, mas é importante também que você se prepare para o que vai fazer durante o dia, se você vai ter uma reunião e você se preparou adequadamente para a reunião, não tem muita ansiedade não é? Por que você sabe o que você vai falar, o que você vai apresentar e esse outro vai gostar ou não, se você tem certeza da sua posição, não importa muito. Se você não sabe convencer o outro você vai aprender um pouco nesse encontro, então não precisa ficar aflito, não precisa ficar desesperado. Eu tenho um ponto de vista, tenho uma proposta, eu confio na minha proposta. Existe uma explicação, confio no meu taco, não se fala isso, confio que sou capaz de fazê lo! Mas você tem que ter autoestima, autoconfiança para a autoconfiança a gente se prepara, a gente estuda a gente vai pronto para o dia, pronto para a reunião, pronto para o encontro, pronto para a prova. Pessoas têm medo de fazer o exame, à prova ficam ansiosas, cada encontro que nós temos é uma prova, como uma prova de escola, de colégio, se você no colégio soube apreciar: poxa, hoje eu vou ter um desafio! Aquilo que eu estudei será que vou ser capaz de transmitir? Aquilo que eu preparei será que vou ser capaz? E quando vem a pergunta em vez de ser uma coisa que desespera, eu falo: oh! Que legal! Isso aí eu dou conta e aquilo que eu não dou conta eu espero e deixo que o meu cérebro essa máquina, esse computador de última geração seja capaz de processar, confie nisso. Confio em você, mas estude prepare-se e você vai ver que o nível de ansiedade baixa muito se você se sentir preparado para os encontros, para a vida, para cada momento, para o amor, para o trabalho. Para as provas! A vida é prova, como um joguinho tem que superar obstáculos, se eu ficar muito ansiosa quando eu estou fazendo qualquer um desses joguinhos, se ficar ansiosa eu perco, como é que os campeões fazem? Eles estão presente em cada jogada, eles não estão só "aí, quando chegar-lá como vai ser"? Perdeu! Mas como estou agora? É sempre voltado para o agora. E o que nos traz para o agora é a consciência do corpo e da respiração. Confia que a chave é essa! Até mais. Ah! Tem outra pergunta de hoje também! (risos) E também tem outra pergunta que fala do tema semelhante, que é sobre como aliviar o estresse que está ligado à ansiedade que é da Leidiane, ela pergunta: olá Monja, existe algum tipo de exercício para aliviar o estresse? Que seja possível fazer sem que ninguém ao redor note? Trabalho com publicidade é muito caótica minha rotina às vezes fico um pouco zonza e com falta de ar! Olha que bonito, está vendo Leidiane, a gente está falando a mesma coisa, respiração consciente! É diferente de você estar no meio de uma reunião e começa a fazer: Ooh, ooh, oh (risos) não vai dar certo! Essa não funciona. Mas respirar conscientemente dá certo. Por que você está na reunião não precisa fazer, porque eu faço aqui meio exageradamente, né? Inspirando e soltando, você pode fazer isso com uma sutileza tão grande que ninguém percebe, estando lá na reunião, você pega um lapisinho vai tomar nota ou está mexendo no seu computador, tanto faz. Ah! Estou tomando nota, estou lendo aqui no computador, (inspire e expire), você respirou! Você respirou, conscientemente, quando a gente é muito provocado e puxado e a gente quer atender a todo mundo ao mesmo tempo, não dá certo. Eu gosto da história do Musashi, Samurai Musashi, que foi atacado por 25 grandes Samurais, não eram qualquer Samurais, ele saiu muito ferido mas ele venceu, e perguntaram a ele: como que você fez? E ele disse: um de cada vez! Então não queira atender à 10 demandas simultaneamente, você acolhe às demandas e responde uma de cada vez e se você estiver em presença absoluta, se você estiver fazendo respiração consciente, a sua oxigenação cerebral será melhor e a sua capacidade de responder será mais rápida. Fizemos umas pesquisas com à Unifesp e o hospital Einsten, alguns anos atrás, sobre pessoas que passaram por retiros Zen, retiros intensivos de meditação por cinco dias e a conclusão foi que quem medita de forma sistemática por algum período de tempo, vamos dizer por dois meses, três meses, cinco meses, um ano, dois anos tem a capacidade de responder à questões antagônicas com menos necessidade de oxigenação do cérebro o que significa isso, menos estresse. Se você criar um hábito de meditar todos os dias, que seja 10 min de manhã, de tarde, de noite, qualquer hora a hora que der tempo, a hora que você puder, crie um espaço. Pare em algum lugar, seja onde for na sua casa, no seu local de trabalho, sai para a rua quem fuma hoje em dia tem vantagem, né? Por que quem fuma sai para à rua, quem não fuma não sai do escritório, faz de conta que você fuma, vai descer, desce e fica lá embaixo 10 min, olha para o céu, respira toma fôlego e você volta para cima, se você fizer isso de forma sistêmica, você vai perceber depois de algum tempo que quando vierem coisas antagônicas para você tem confiança e certeza que o seu cérebro, essa coisa maravilhosa, vai ser capaz de dar conta. É só isso, é confiar em você. A gente dá conta sim, de muitas coisas simultâneas, quase que simultâneas porque nada é exatamente simultâneo, tem um avião passando, mas nós estamos conversando e o nosso foco está na nossa conversa mas o avião continua a passar, ele não nos incomoda. Se você achar que o avião me incomoda significa que eu perdi a minha capacidade de concentração, se eu estou me concentrando, falando com você, eu não vou ficar pensando quantas pessoas tem naquele avião, se ele tem sofrimento, não tem sofrimento, estão estressados ou não, percebe ? Se eu não estou em foco com aquilo que eu estou fazendo, eu vou ficar pensando: poxa! Estou falando com você, há mas no avião quem será que está lá? Quem está viajando, para onde? Eu não sou mais capaz de manter o fluxo da minha conversa. Isso é estressante! Eu com certa idade que tenho agora mais 70 anos eu fico muito estressada, no sentindo cansada, exausta se estiver numa reunião e tiverem várias pessoas conversando ao mesmo tempo, para mim é muito cansativo manter foco de atenção com uma pessoa que do outro lado da sala quer conversar comigo e à minha volta têm pessoas conversando atravessado, isso para mim é exaustivo, com a idade fica mais exaustivo, do que na juventude, mas mesmo na juventude é cansativo e nós gostamos de festas barulhentas e não percebemos porquê depois estamos estressados. Por que foi necessário um grande esforço para dar foco na atenção de uma conversa que estava acontecendo aqui, quando pessoas que me interessam então falando do lado outras coisas e eu estou dividida, não estou inteira, é mais fácil interromper essa conversa aqui e entrar no grupo do lado que te interessa do que ficar forçando alguma coisa, então observe. Observe o que estressa você, onde é que está o seu ponto de atenção e como que você mantém esse ponto firme, forte e de novo é respiração consciente e recomendação: práticas meditativas diárias, poucos minutos, não precisa ficar duas horas, poucos minutos e você vai perceber à diferença. Força! Amanhã nós vamos falar sobre o coletivo: motivação e justiça. Será que só as pessoas que são más prosperam? Olha que pergunta boa, será que os bons também podem prosperar? Vamos conversar sobre isso, o que é o bem? O que é o mal? O que é prosperar? Até amanhã..
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Taubaté:
Mel Young, Oswego County: Genesee Community College. Francisco Morato: Kingsborough Community College; 2020.
Lauren Foley, Orleans. Florianópolis: School of Drama; 2011.
Andy Osborne, W 143rd Street zip 10030. Pelotas: American Museum of Natural History; 2008.