Wagner College - No Resposta Católica de hoje, gostaríamos de responder à pergunta: como combater as distrações durante a oração? Nós já fizemos um Resposta Católica a respeito das distrações, se a oração tinha valor com distrações, agora, gostaríamos de ajudar a combater essas distrações. Bom, em primeiro lugar, nós temos que entender o seguinte: o que é que nós queremos obter, o que é realmente esta atenção que nós queremos alcançar. Santo Tomás de Aquino descreve que existem 3 tipos de atenção, a atenção das palavras, a atenção dos sentidos e a atenção da presença. Veja, aqui é muito claro, quando você vai rezar, pode se distrair no primeiro nível, em que você nem sequer está prestando atenção nas palavras que você está dizendo mas, se é assim, a distração é total, você está com a cabeça em outro lugar, você está simplesmente movendo os lábios. Mas, você pode se concentrar no que está dizendo, por exemplo, quando você diz "Pai Nosso que estais no céu...", você está se concentrando em palavras, mas você ainda está distraído porque ainda não está colocando sentido nas palavras, quando você diz Pai Nosso, não está realmente pensando numa paternidade, em alguém que cuida de você, um pai, você está simplesmente pensando uma palavra vazia de sentido. Bom, se você conseguiu sair da distração total para a concentração da palavra e da concentração da palavra para uma concentração do sentido, você fez um grande progresso, mas mesmo assim, ainda existe uma última distração: é que você está distraído da presença de Deus, ou seja, que você esteja pronunciando uma palavra e esteja realmente dando o sentido ao Pai Nosso, aquele que cuida de mim, que bom, que maravilha, mas não estiver atento para o fato de que existe uma presença, existe uma pessoa com a qual você está falando, você ainda está disperso. Pois bem, quando nós falamos de distração, é necessário combater nesses 3 fronts, para cada vez mais chegar ao mundo interior, como se fosse uma cebola, que você vai descascando até chegar ao núcleo. Muito bem, mas quais são as fontes das distrações? Aqui eu gostaria de usar um livro de espiritualidade de um padre, um frade dominicano chamado Frei Antonio Royo Marin, ele morreu em 2005 e escreveu um livro chamado "Teologia de La Perfección Cristiana", esse livro está presente na internet para download, mas você também pode adquiri-lo em reestampas porque é um clássico da espiritualidade, ao meu ver muito mais adequado no sentido de sistematização do que o Tanquerey, o famoso compêndio do Tanquerey. Então, ele fala das distrações no número 373, dizendo o seguinte: existem duas origens, duas formas de distração: existem as distrações involuntárias e as distrações voluntárias, ou seja, às vezes você não é culpado de estar distraído e, basicamente, essa distração que você não é culpado, pode ser pela sua índole ou temperamento, existem pessoas que são agitadas por natureza, segundo, existem pessoas que estão com pouca saúde, fadiga mental, você está tão cansado que não consegue se concentrar, é uma coisa que você não é culpado de estar cansado, terceiro, você pode estar distraído por culpa do seu diretor espiritual, veja que interessante, quando o seu diretor espiritual te coloca um tipo de oração que é um passo muito grande para a suas pernas e então você não consegue dar o passo, então fica distraído e quarta causa das distrações, o próprio demônio com relação às distrações realizadas pelo demônio, eu já coloco aqui um remédio desde já, que é o uso da água benta, quando você usa a água benta para rezar, você está seguro que o demônio não vai vir ali te atormentar naquele momento de oração, se você está distraído, podem ser as outras causas, mas não o demônio. Pois bem, aqui nós temos as causas involuntárias, nós iremos depois ver quais os remédios para elas, mas vamos ver quais são as causas voluntárias, ou seja, as causas que eu sou culpado, primeiro, a falta de uma preparação próxima, ou seja, quando você vai rezar, mas não prepara o lugar que você vai rezar, o tempo que você vai rezar e você não tem uma postura no seu corpo, ou seja, quando você, culpado de não, você tem uma passagem brusca daquilo que você estava fazendo para a oração, você não parou imediatamente, para primeiro se acalmar, se concentrar, se recolher, num tempo, num lugar, numa postura adequados. E a segunda causa é também culposa, porque é voluntaria, é a falta de preparação remota, ou seja, quando você vive uma vida dispersa por culpa sua, você já é agitado não por temperamento, mas porque você está vivendo uma vida dispersa, alimentando curiosidade vã, fofocas, etc, de coisas que nos dispersam e fazem com que nós não sejamos capazes de nos recolher interiormente. Pois bem, que remédios nos poderíamos utilizar contra essas distrações? Bom, a primeira coisa, não existe uma fórmula mágica, para lutar contra as distrações a palavra luta é a melhor coisa que nós poderíamos usar para descrever tudo isso, é realmente uma luta e é uma luta que nos santifica, é importante lembrar isso, a realidade meritória, deus gosta de nos ver lutar, por isso, é importante dar este passo de lutar para nos concentrar. Se as causas são involuntárias, qual é o remédio? Bom, o Padre Royo Marin apresenta o seguinte: nós podemos aqui nos livrar desses influxos do nosso temperamento, de todas essas coisas através de alguns auxílios, como se fossem uma bengala, quando você, por exemplo, para se concentrar, pronuncia em alta voz o que você está falando, para tentar se concentrar, você lê em alta voz, não somente isso, às vezes, ele não coloca aqui no manual, mas uma coisa interessante para fazer no manual e eu sempre aconselho a muitos dos meus dirigidos espirituais, quando você está completamente distraído, às vezes nos ajuda muito rezar por escrito, ou seja, quando você escreve algo da sua oração, você ali tem o que te faz concentrar, o papel e a caneta são uma espécie de bengala para ajudar na concentração. Nós podemos colocar atos de devoção, fixar o nosso olhar no sacrário, numa imagem que nos ajude a rezar, nós podemos escolher matérias de oração que sejam mais concretas, coisas menos abstratas, coisas que a gente possa morder com mais facilidade. E tudo isso seria para lutarmos contra as distrações, agora o Padre Royo Marin diz o seguinte: é necessário lutar, lutar, lutar, e se humilhar diante de Deus, ele diz assim: "Volvamos a traer suavemente nuestro espiritu al recognimiento - aunque sea mil vezes, si es preciso", então, se você reza durante dez minutos, nem que mil vezes você tenha que voltar, não para, eu estou distraído, deixa eu voltar, mil vezes você volta a recolher o seu espírito, não desistir, isso é muito importante, essa luta. E depois, quando as causas são voluntárias, aqui nós temos então compreender que é necessário para combater as distrações, uma preparação próxima e uma preparação remota, a preparação próxima nós já sabemos qual é, a própria apresentação das distrações: escolher um tempo, um lugar, uma postura, não passar tão bruscamente da sua ocupação para a oração, pare, respire fundo, o Frei Unácio Laragnaga, na sua Oficina de Oração, tem alguns métodos de pacificação antes de começar a rezar, porque senão você vai se distrair muito, é uma espécie de relaxamento, em que você ainda não está fazendo a oração, mas está fazendo a sua preparação próxima. Depois, a preparação remota, que são os seguintes pontos: em primeiro lugar, cultivar o silencio, ou seja, nós vivemos numa sociedade muito barulhenta, algumas pessoas não suportam o silêncio, aprenda a cultivar o silêncio porque o silêncio te ajuda a ouvir melhor Deus, ajuda você a se encontrar com você mesmo, porque uma das grandes dificuldades que as pessoas têm para se encontrar com Deus é o fato de que elas não suportam se encontrar consigo mesmo, então, se você nunca faz silêncio, você não tem uma higiene psíquica, o silêncio faz parte dessa higiene, a higiene pessoal não acontece somente no corpo, a palavra higiene aqui quer dizer saúde e para que você tenha saúde mental é bom que você tenha uma pouco de silêncio, é bom que você tenha um pouco de solidão, é bom que você tenha um pouco de recolhimento, mesmo que não seja para rezar, que tenha isso habitualmente. Agora, se você chega em casa e não consegue suportar o mínimo de silêncio, você entra em casa já precisa ligar a televisão, o rádio, colocar o fone de ouvido, ligar o computador, colocar uma música e você só vive naquele barulho o tempo todo, existe um problema aí, você não está conseguindo lidar com você mesmo, você não é amigo de você, ou seja, como diz aquela música rebelde dos anos 70, "Não, não posso parar, se eu parar, eu penso e choro", ou seja, se eu parar para pensar em mim mesmo, vai doer, eu não quero, eu não quero fazer silêncio. Então, o cultivo do silêncio, fugir da curiosidade vã, ou seja, ficar toda hora pulando de páginas na internet, telefonando para as pessoas, fofocando a vida alheia, tudo isso dispersa muito, tenha foco na vida, não se perca, porque se você não tem foco na vida, não vai ter foco na oração, guardar os sentidos, a imaginação e o coração, ou seja, você não é uma lata de lixo, como é que você pode ver tudo, ouvir tudo, experimentar tudo e achar que você vai sair ileso disso tudo, não, as imagens que nós vemos, as coisas que nós ouvimos, vão de alguma forma nos transformando numa espécie de lata de lixo, quando você vai rezar, você vai encontrar o seu coração, mas o seu coração está soterrado debaixo de uma montanha de lixo e é muito difícil você se concentrar. Aqui, nós vemos então algumas dicas para a sua luta, a sua luta espiritual para conseguir concentrar na sua oração, mesmo lutando, saiba, seja humilde, a sua oração tem valor, além valor ela tem, mas é importante lutar e Deus gosta de ver a nossa luta e ver que com ela nós nos tornamos melhores, mais santos e mais filhos de Deus..
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