The Debbie Friedman School of Sacred Music - Há muita fé investida na ciência, de que a ciência resolverá todos os problemas, e não precisamos de mais nada. O cientificismo normalmente se apresenta assim. Como é possível investigar a experiência religiosa na ciência? Eu acho que experiências espirituais podem de fato ser investigadas com comparativa facilidade, há muitas metodologias de uma natureza qualitativa que você pode usar, para, por exemplo, documentar a fenomenalidade, as qualidades fenomenológicas de experiências espirituais, e isto está acontecendo neste momento, muitas pessoas fazem isso, e há uma rica literatura desenvolvendo-se a partir destes esforços de pesquisa. Nós, por exemplo, desenvolvemos uma escala que tenta medir experiências espirituais, embora eu gostaria de colocar que isto é apenas uma tentativa de olhar para a ponta do iceberg e o que vemos em nossa pesquisa é que experiências espirituais positivas são de fato proteções contra os problemas que as pessoas tem em suas vidas, então, elas ajudam as pessoas a se manterem saudáveis e sãs em um ambiente muito difícil. Eu acho que elas podem ser estudadas, e você poderia também estudar experiências espirituais através de práticas espirituais; as práticas espirituais são derivadas de tradições religiosas, tais como a meditação no budismo ou hinduísmo, tradições de contemplação na tradição cristã, e se você estudar pessoas que têm uma longa experiência com práticas espirituais de qualquer tipo, você pode estudar essas pessoas e compará-las com outras pessoas que não o fizeram, você pode instaurar cursos e introduzir noviços a uma prática religiosa e ver como eles desenvolvem-se após seis meses ou um ano... todos estes estudos foram feitos, e eles apresentam resultados muito interessantes. O que é cientificismo, e como ele pode prejudicar o desenvolvimento científico? Cientificismo é um termo que, até onde eu entendo, foi introduzido por Edmund Husserl, o filósofo, em um famoso ensaio que ele escreveu sobre a crise na ciência europeia e cientificismo, e nele ele postulou que o cientificismo é a crença no fato de que a ciência resolverá todos os problemas, Então... o cientificismo não é a metodologia científica, mas a crença na ciência, como a temos agora, como uma potencial solucionadora de todos os problemas. Então, o cientificismo tenta atribuir à ciência os mesmos atributos que foram anteriormente atribuídos apenas para as religiões. Então, um bom cientista pensaria "certo, nós não sabemos como a consciência funciona, mas saberemos talvez, em 50 anos"; ou ele diria, "bem, nós não sabemos como resolver o problema das guerras humanas, mas saberemos se soubermos o suficiente sobre psicologia", e assim por diante. Então, há muita fé investida na ciência, de que a ciência resolverá todos os problemas, e não precisamos de mais nada. É isso que o cientificismo normalmente é. Mas eu acho que ele prejudica, como implícito na sua pergunta, o progresso científico adequado, porque ele vem com um tipo de enquadre axiomático; e esse enquadre axiomático, que o filósofo britânico Collingwood costumava chamar "pressuposições absolutas", que normalmente não é objeto de reflexão. E parte deste enquadre axiomático é por exemplo, de que apenas a matéria importa, que apenas relações causais entre entidades materiais importam, e que tudo o que ainda não podemos explicar pode vir ser reduzido à matéria e suas relações materiais; e eu acho que esta é uma pressuposição bastante problemática, que exclui todo o tipo de coisas, incluindo experiências espirituais, dados parapsicológicos, e que só funciona ao excluir esses domínios da fenomenologia e experiência humanas que não se encaixam no quadro. E eu não acho que esta seja uma atitude científica. Eu acho que a ciência deveria ser aberta, e deveria começar com a fenomenologia, e não do enquadre axiomático teórico. Ou, caso usasse um enquadre axiomático teórico, como normalmente deve fazer, ela ainda deveria estar aberta e ver onde o enquadre axiomático não se encaixa à fenomenologia e precisa ser adaptado ou até mesmo trocado..
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Pelotas:
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