SUNY Canton - Olá, este é o primeiro vídeo do canal. Espero que gostem. Resolvi começar fazendo uma crítica do livro 1984, pois foi o melhor livro que li até agora agora. Ele é curto, li em apenas um dia, é muito instigante, e me fez ver o mundo de outra forma. Foi escrito em mil novecentos e quarenta e oito, ano com os dois últimos algarismos invertidos com relação ao título do livro por Eric Arthur Blair, conhecido pelo pseudônimo de George Orwell um britânico que viajou por vários países, foi soldado na Birmânia e até combateu a ditadura fascista de Francisco Franco, na Guerra Civil Espanhola. Ele se definia como socialista mas fez duras críticas ao totalitarismo soviético além do fascista nos seus dois principais livros, 1984 e A Revolução dos Bichos. Ele também escreveu sobre suas viagens e fez artigos com críticas sociais sobre a situação dos pobres na época. Por escrever tantas distopias, ou seja, enredos que se passam em cenários dominados por opressão ou em sociedades arruinadas surgiu a partir de seu pseudônimo o adjetivo "Orwelliano", que indica atos ou regimes ditatoriais. Pra quem preferir ver o filme primeiro, existem duas adaptações cinematográficas, inclusive a mais recente foi feita em 1984. No cenário do livro, o mundo está dividido em três enormes países, ou megablocos: o enredo é centrado em Oceania (com as Ilhas Britânicas, as Américas, Austrália e sul da África), existe também a Eurásia (com Europa continental, toda a Rússia, e a Turquia) e por fim a Lestásia (do Irã até o Japão). Há também uma grande área em disputa (norte da África, Arábia, Índia, Indochina e Indonésia). Essa disputa deixa os três países em conflito permanente, e isso é usado pela ditadura para controlar a mente dos habitantes, mudando o inimigo atual na guerra de um dia pro outro mas dizendo que "sempre foi assim". Oceania é governada por uma ditadura que tem quatro ministérios: Miniver (Ministério da Verdade, que incinera ou altera documentos, fotos e jornais para distorcer a verdade sobre fatos passados de modo a se adequar ao que o partido diz, para que ele pareça estar sempre certo), o Ministério da Paz (que mantém a guerra para controlar o ânimo da população), Ministério da Fartura ( que regula a fome e publica boletins sobre produções exageradas de alimentos no país, enquanto que até mesmo a elite tem cotas de alimentos e produtos de higiene), e por fim o Ministério do Amor (que faz espionagem, tortura e lavagem cerebral pra impedir revoltas e manter o fanatismo político). O partido único tem como ideologia o Ingsoc (Socialismo Inglês) e é controlado por um líder chamado de Grande Irmão, que divide a sociedade em Partido Interno (os dirigentes), Partido Externo (funcionários dos ministérios) e Proles (ou proletários, pobres sem educação, mas que vivem com mais liberdade que a segunda classe). O governo encomendou a elaboração de um idioma artificial, para ser usado pelos habitantes, a Novilíngua, que serve para moldar o pensamento dos cidadãos e contém conceitos como "crimidéia"(pensamentos ilegais, crimes ideológicos, punidos pela Polícia de Pensamento) duplipensar (se convencer de que o que a ideologia diz é o certo, e ao mesmo tempo saber que é errado) e Impessoa (dissidente cuja existência foi apagada dos registros, e as pessoas fingem que nunca a conheceram). O partido tem também alguns lemas para moldar o caráter dos cidadãos: "Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força". Os membros do partido interno são vigiados por teletelas (televisões com câmeras e microfones, obrigatoriamente ligadas em cada apartamento), além de escutas ligadas em todas as cidades, a rotina deles é controlada, se casam por conveniência, qualquer cônjuge ou filho pode denunciar por subversão e nos locais de trabalho há rituais chamados "dois minutos de ódio" e "semana do ódio", em que os trabalhadores são estimulados a ofender, de forma exaltada e histérica a imagem de Emmanuel Goldstein, um traidor foragido bem conhecido pelo regime por ter escrito um livro que é usado pela resistência. Também ocorrem execuções públicas de traidores e revoltosos. O protagonista do livro se chama Winston Smith (provável referência a Churchill, líder britânico que derrotou Hitler). Ele é um funcionário do Miniver, que apaga registros indesejados do passado jogando tudo em um incinerador chamado Buraco da Memória, para aumentar o controle do partido sobre o passado, o presente e o futuro. Do seu próprio passado ele lembra apenas que sua mãe estava muito doente e que o local onde eles moravam era infestado de ratos. Ao perguntar aos proles o que eles lembravam do passado, recebeu apenas respostas vagas sobre coisas irrelevantes, como se o Partido realmente tivesse conseguido modificar o passado e as mentes das pessoas. Winston desconfia que há algo errado, compra um caderno e uma caneta em um antiquário dos proles, e o transforma em diário, escrevendo em um ponto cego do apartamento, fora do alcance da teletela. Smith se apaixona por Júlia, outra funcionária do Miniver, e eles se encontram numa floresta (sem escutas) e depois em um quarto dos proles (sem teletela), se arriscando pois sexo por prazer era crime. Winston conhece O'Brian, membro do Partido Interno, que fala para ele sobre a resistência contra o governo. Há também uma descrição do Quarto 101, local de torturas e lavagem cerebral no Ministério do Amor, onde é explicado ao leitor sobre a intenção do Partido, que é o poder pelo poder, e que os membros devem ser convencidos a amar o Grande Irmão (Big Brother, daí veio o nome do reality show), que se insinua ser apenas uma figura usada por uma criptocracia(governo cujos líderes são desconhecidos) para aterrorizar as pessoas com cartazes espalhados dizendo "O Grande Irmão está observando você". Contar mais do que isso sobre o enredo seria dar spoiler sobre um final chocante. O livro é tão aclamado por ser um alerta sobre as ações de governos tiranos da época, como os de Hitler e Stalin, mas apesar de o livro já ser bastante famoso desde os anos 40, ditaduras posteriores fizeram tudo que o Partido do livro faz, e até pior como o culto à personalidade da dinastia Kim na Coreia do Norte a censura através da exclusividade dos jornais e TVs estatais como em Cuba, o controle sobre a vda particular e sexualidade dos cidadãos, a propaganda ideológica inclusive através do controle sobre partidos e grupos guerrilheiros de países democráticos, a tortura com extremos de crueldade, a humilhação pública dos adversários como em julgamentos midiáticos ou presos obrigados a fazerem auto-acusações, os massacres como o Khmer Vermelho que matou quase trinta porcento da população do Camboja, o Holodomor na Ucrânia e o Grande Salto Adiante na China, a proibição de sites e queima de livros, a prisão arbitrária de opositores às vezes com toda a família dele junto, a criação de novas elites governantes como o Politburo e a Nomenklatura a escravidão de prisioneiros em campos de concentração como os Gulags e o Campo 14 a proibição de manifestações públicas e da livre expressão da opinião extrema espionagem sobre a população civil como na Alemanha Oriental que tinha milhões de informantes, o controle total da Economia e da cultura o unipartidarismo com perseguição até a linhas ideológicas semelhantes os expurgos dentro desses partidos únicos por paranoia dos ditadores a criação de um indivíduo ou grupos de inimigos do povo perseguição a ideias religiosas e ao clero como na Albânia etc. Esses governos parecem ter usado o livro como um manual e não como um aviso. Por tudo isso o livro merece ser lido, e os leitores devem atuar para que nada do que é descrito nele se realize. Obrigado por terem assistido. Espero que tenham gostado. Curtam, compartilhem e se inscrevam. Tchau..
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Foz do Iguaçu:
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