Yeshiva University - Nós precisamos falar sobre comunidades terapêuticas, falar de comunidade terapêutica é falar sobre a política de saúde mental do sistema público de saúde, se você é profissional de saúde, profissional de saúde mental, você te o dever de estar por dentro dessa discussão e mesmo pra você que não é profissional de saúde mental essa é uma discussão um importantíssimo, todos nós como cidadãos temos o direito de saber o que está sendo feito no campo da saúde mental no nosso país, então vem comigo! Os meus dois últimos vídeos eu falei sobre saúde, falei também sobre saúde mental e no vídeo de hoje vou falar sobre saúde pública no campo da saúde mental, em especial, porque está sendo feito algo muito grave no nosso país no campo da saúde mental que são as comunidades terapêuticas "A mas Ronaldo as comunidades terapêuticas existem desde 2011", sei lá, deve ser mais ou menos essa a data, sim elas existem, mas há algo que vem se transformando desde o início deste ano de 2009 e que eu que já venho alertando inclusive em outros vídeos, como por exemplo, você pode ver no vídeo sobre os três tipos de internação e um outro vídeo, meu também, que é sobre a polêmica do eletrochoque, onde eu vou trazendo algumas alterações que estão sendo feitas na política de saúde mental e que elas vão se somando e hoje a gente chegou num patamar que era previsível desde a primeira alteração lá atrás e que eu fiz inclusive uma live para falar sobre a nota técnica do ministério da saúde, sobre a nova política de saúde mental, que na verdade a nova política é o retorno ao velho, então é disso que se trata é algo muito importante que a gente precisa falar e que hoje está consolidado e que hoje mostra o que realmente isso pode virar no nosso país, então vamos lá, vamos passo a passo. Primeiro as comunidades terapêuticas ela já existiam no vídeo que eu acabei de mencionar os três tipos de internação ela era um tipo de internação que já constava no rol de políticas de saúde mental, principalmente voltada para álcool e drogas, então eram aquelas internações que as pessoas ficavam nas chácaras e distante da família, a política de reze roça, onde a pessoa tinha lhe que se "tratar" pelo trabalho forçado, enfim, e pela ideia de religião, eu explico melhor nesse vídeo que acabei de mencionar, não vou me ater tanto a como funcionam as comunidades terapêuticas nesse sentido, hoje vou falar muito mais dos problemas da comunidade terapêutica, porque a partir do início do ano houve um deslocamento de recursos que se consolida neste mês, que é o congelamento de todos os CAPS AD que são os centros de atenção psicossocial álcool e drogass está com a verba congelada, para que ele possa fazer as coisas deles, há um congelamento de recursos enquanto que há um super investimento nas comunidades terapêuticas se dobrou tudo aquilo que era destinado à saúde mental houve um aporte dobrando esse dinheiro, então "x" era o total da saúde mental, pegou um montante de dinheiro equivalente à "x" e se enfiou nas comunidades terapêuticas, ao mesmo tempo que se bloqueou os recursos dos CAPS AD, no meu vídeo de saúde mental da semana passada inclusive eu falo, que a organização mundial de saúde mostra que um terço das doenças incapacitantes são relacionados aos transtornos e distúrbios, as desordens mentais e desses o abuso de álcool e drogas é muito grande, é uma porcentagem muito grande, só que todos os estudos também mostram que nenhum dos tratamentos mais eficazes incluem a privação de liberdade, que é justamente o que faz as comunidades terapêuticas. Primeiro que as comunidades terapêuticas têm muito menos de terapêutico e muito mais de asilar, mas não é esse o grande problema delas, mas o grande problema é que com a nota técnica que o ministério da saúde fez,essa nota que eu vou deixar o link abaixo e quevocê pode conferir, o artigo 22, no final do artigo 22, que diz que: "A partir de 2019 a política acima passa a ser de competência da nova secretaria nacional de cuidados e prevenção às drogas do ministério da cidadania, conforme medida provisória número 870 de 1º de janeiro de 2019." Isso significa que a fiscalização das comunidades terapêuticas sai do ministério da saúde que tem uma larga experiência, uma larga trajetória na discussão sobre a desinstitucionalização, sobre a questão da reforma psiquiátrica, do fim dos manicômios e passa para o ministério de cidadania, onde não tem profissionais que têm essa bagagem toda e a política acima, que eu acabei de ler, se refere às comunidades terapêuticas, ou seja o órgão fiscalizador mudou de ministério. Qual a intenção de mudar as comunidades terapêuticas do ministério da saúde para o ministério de cidadania? Conclua você mesmo, na sequência libera-se o a compra de aparelhos de eletrochoque e que no meu vídeo sobre a polêmica de eletrochoque eu falei sobre isso, as comunidades terapêuticas passam a comprar aparelhos de eletrochoque, as comunidades terapêuticas ganham aportes milionários, as comunidades terapêuticas agora podem receber pacientes numa larga escala de internações compulsórias que eu não falei no vídeo que eu falei das três internações, eu falei mais da internação voluntária e da involuntária, que a vontade é quando a pessoa quer se internar e a involuntária é quando a família quer internar, a compulsória é quando o estado determina a internação por meio de autorização judicial, só que no nosso país a gente sabe que os juízes autorizam e eles não fazem nenhum tipo de fiscalização, de acompanhamento daquela pessoa, nessa mesma nota técnica, que tá lá o link lá embaixo, que você vai poder ver, também está aqui as comunidades terapêuticas passam a poder receber pacientes que têm outros tipos de vulnerabilidade e esse "outros tipos" de vulnerabilidades são: pessoas em situações de rua e pessoas que são provenientes do sistema prisional, tudo isso colocado numa lógica em que são lugares que vão ficar muito distante da cidade, muito distante da fiscalização de pessoas que têm competência para fiscalizar. Essa política de aprisionamento, de privação de liberdade, de uma ideia que a religião, que é então, se a religião que salva, o que tá ali do outro lado é ,por serem inclusive religiões cristãs, o que está ali do outro lado é tudo aquilo que "não é de Deus" e que muitas vezes acredita na violência, na tortura como métodos de realmente trazer essa pessoa para o outro lado que seria o "lado de Deus ", o que vai acontecer nesses lugares? imagine você, com dinheiro público,porque esses moradores de rua eles podem ser retirados da rua em uma política higienista e alocados em comunidades terapêuticas hiper distantes com verba pública, porque cada pessoa que chega naquela comunidade terapêutica, aquela comunidade terapêutica ganha do Estado pra manter aquela pessoa, você acha que aquela comunidade terapêutica vai ter pressa de libertar aquela pessoa, porque ela está aprisionado, principalmente quando é compulsório, a pessoa não pode sair quando ela quer, você acha que eles vão ter pressa? você acha que aquilo que já não era terapêutico antes vai passar a ser terapêutico agora? aquilo que por mais que tivesse fiscalização do ministério da saúde, tinha tantos e tantos casos de violação dos direitos humanos, agora que nem é pelo ministério da saúde que é por um mistério de cidadania, que talvez nem equipe tenha para fiscalizar, você acha que vai acontecer o que lá com a liberação de aparelhos de eletrochoque? sendo que o eletrochoque não é um método de tratamento pra álcool e drogas, não é, imagine você o que pode estar acontecendo dentro das comunidades terapêuticas, onde ninguém tem acesso, para vocês entenderem o que eu estou dizendo eu recomendo um filme brasileiro chamou: "O bicho de sete cabeças", porque o retorno desse tipo de prática é o retorno dos manicômios, do que acontecia o lá, porque além dessa tortura que está sendo autorizada às comunidades terapêuticas elas também funcionam como uma prisão sem delito, então imagina você, se o estado quiser te prender, e o estado que eu digo é uma organização entre legislativo, executivo e judiciário, enfim, acordos com o supremo e com tudo, se o estado de alguma forma quer te prender ele vai aprender, principalmente se você não tem um lugar social que você possa combater isso, então pessoas em situação de rua, ex-detentos, pessoas que estão mais à margem que eles dizem até em situação de vulnerabilidade, essas pessoas podem ser presas em comunidades terapêuticas, a comunidade terapêutica se tornou uma prisão sem delito, isso tudo está sendo feito com o seu dinheiro, com o meu dinheiro, em vez de esse dinheiro está sendo investido em políticas de saúde mental que são realmente eficazes, como por exemplo psicoterapia, como por exemplo o tratamento que é regionalizado, que é no território, o tratamento que é feito pelos CAPS, que se mostrou o melhor método de trabalhar com saúde mental na esfera pública e para dar sustentação a esse tipo de barbaridade, esse tipo de atrocidade o governo tenta emplacar um discurso de que há uma epidemia de drogas no nosso país, a FIOCRUZ que é o maior instituto de estudos a respeito de epidemias no nosso país, a FIOCRUZ mostrou nesse estudo recente que tá pra ser publicado e o ministério da saúde impede de ser publicado, esse estudo mostra que não há uma epidemia de drogas no nosso país, todo o tratamento de drogas ele pode ser realizado de forma ambulatorial, de forma pelas políticas do CAPS AD, pela política do território que não precisa ser feita nenhuma outra política, que não precisa se transformar a política de saúde mental, porque não há uma crescente epidemia, como se quer dizer que há para justificar esse número avassalador de internações que eles querem fazer, esse é um governo criminoso, assim como é criminosa as comunidades terapêuticas, assim como é criminoso dizer que não se confia num estudo hiper sério feito pelo maior instituto de pesquisas do nosso país, no campo da epidemiologia da saúde pública, então esse vídeo como vocês puderam ver ele tem um caráter de informação e um caráter político, sim, mas no sentido de que a gente saiba o que está sendo feito no nosso país, os retrocessos que estão acontecendo no nosso país e que a gente possa se organizar para barrar isso, para barrar essas políticas para não achar que o que está sendo feito é bom, quando na verdade é muito pior do que tudo que a gente já tinha antes, vamos levar essas informações com maior número de pessoas possível compartilhando esse vídeo, se inscreve aqui no canal também, para não fica de fora de nenhuma das nossas conversas psi. Eu vejo você no próximo vídeo!.
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Salvador:
Alexandra Cole, Ulster: Tisch School of the Arts. Novo Hamburgo: Manhattan School of Music; 2010.
Sophia Waters, Kings. Teófilo Otoni: Columbia University, Morningside Heights; 2015.
Bill Whitney, Columbus Circle zip 10019. Umuarama: Potsdam; 2016.