North Shore - Oi, amigo...Ah, acho que não vou contar história hoje não. Volta mais tarde, tá?! Tchau. Ai, é que eu acordei um pouco triste hoje. (Caixa reage) É que alguns amigos combinaram de fazer uma viagem de avião para um parque bem legal, mas eu não tenho dinheiro. E o meu balãozinho não chega até lá não. O meu tio disse que as coisas estão apertadas não dá para gastar agora. Puxa, viu! (Caixa reage) Que foi? (Caixa reage) Você tem razão. Que saber? Eu vou contar a história. Amiguinhooooo! Valeu, obrigado. Olha, eu quase tinha me esquecido desta história... ...Que se chama: Riqueza. Quem me contou foram dois irmãos muito inteligentes que eu conheço: a Malu e o Nico. Então, era uma vez... Na parte mais nobre da floresta, numa caverna enorme com suítes, piscina, sala de jogos e tudo mais que o dinheiro pode comprar. Nesta caverna morava a rainha da sociedade da floresta... Grrr!... A Onça. E sua filha, a princesinha, Oncinha (miau, miau). E, como vocês devem imaginar, a oncinha tinha tudo o que uma onça adolescente podia querer: joias, perfumes, vestidos, sapatos e badulaques de todos os tipos e cores. E a dona Onça adorava pentear seus pelos reais e vesti-la para festas e bailes super badalados. (Caixa reage) Ah, é... Onça – Oh, minha filhinha tão jovem e tão bonitinha, olha só o que a mamãe comprou para você. Este vestido que é de grife. E mais, este sapato... Ai, este sapato é de marca. Hmm, já estou até vendo, na festa da dona raposa, todos os olhos vão te admirar e a nossa família vai se orgulhar. O mais engraçado de tudo isso era que a Oncinha, que tinha nascido com uma pinta diferente não ligava para estas frescuras não. E apesar de ter tantas coisas caras, ela dava valor para outras coisas. Oncinha – Nossa, mamãe, obrigada. É lindo! Mas... Onde eu posso usar, hein? Ah, já sei! O vestido eu posso usar no meu baile de formatura. Agora, os sapatos, eu tenho receio de quando sair para pular e brincar de perder os brilhantes que têm neles. Ah, já sei, mamãe, por que você não experimenta? Eu acho que que vai servir. A rainha não gostava nada, nada destas conversas. Onça – Tsc, tsc...ai, minha filha. Ela tinha medo do tipo de amigos que a Oncinha iria arrumar se vestindo daquela maneira. (Caixa reage) Ah, é verdade! E falando em amigos... O melhor amigo da Oncinha, ela conheceu na escola, era o Jabuti! Oncinha - Jabuti! O Jabuti morava em um tronco apertado de uma árvore caída. É... era uma casinha bem simples, mas a Oncinha não ligava não. O que ela gostava mesmo era de passar as tardes brincando com seu amigo. Jabuti – Tá com você, peguei! Oncinha – Ah, não, espera aí! Mas a rainha... Onça – Ai, ai, ai...A minha princesinha não toma tento. Fica se misturando com esses bichos. Mas assim é fácil, não é? Durante o dia, passa com as patas na lama e, à noite, com o focinho no cetim. Mas certo dia, a rainha, enquanto retocava suas pintas reais, teve uma ideia. Onça – Ah, já sei! Hum, pelo jeito da família herdei também a inteligência. Vou sugerir à minha filhinha que passe uma semana de suas férias na casa do Jabuti. Hahaha Daí sim ela vai ver o real valor do conforto, do mármore, da porcelana, da TV à cabo... Ah, pra quê?! A princesinha adorou a ideia e saiu correndo para a casa do Jabuti. (Caixa reage) Verdade... Mas será que a princesinha vai suportar ficar lá por tanto tempo? E, assim, o tempo passou. E, uma semana depois, a rainha foi buscar sua filhinha com o motorista particular. (Bi-bi) Oncinha – Mamãe! Onça – Oh, minha princesinha. E aí, como foram suas férias? Oncinha – As minhas férias... Foram dos Deuses, mamãe! Ai, obrigada. Onça – O quê? Mas...mas...mas você não sentiu a real diferença entre sobreviver na pobreza e viver na riqueza? Oncinha – Eu percebi sim, mamãe! Onça – Então, diga logo o que aprendeu, menina que esse sol está ressecando os meus pelos reais. E a Oncinha chamou o seu amigo Jabuti, que era talentoso com a violinha. juntos, eles explicaram cantando: Aprendi que em casa-sa Temos piscina-na No jardim-dim dim Mas gosto ma-ma-mais Desse riozinho-nho Com suas águas, com suas águas sem fim-fim-fim Oncinha – Vai lá, Jabuti, outra nota. (Plim!) Lá em casa Em toda a parte Há chaves e cadeados Aqui, corro bem livre Sem nenhum portão trancado O palácio em que vivemos É tão longe e isolado Aqui, temos vizinhos E amigos por todo lado Os amigos já iam continuar a cantar quando ela, feito uma Onça, os interrompeu. Onça – Pode parar! Já entendi tudo, princesinha. Mas, agora é a minha vez de cantar. Ohhhh! Ai, está ótimo! Jabuti, uma nota, por favor! (Plim!) Ouvindo esta canção-ção-ção Minhas ideia-ias Se iluminaram-ram Vejo agora-ra Que seu desejo-jo Não se compra Não se vende E não se paga Onça – Outra nota, Jabuti, por favor! (Plim!) Agora vejo bem claro Seu coração compreende Toda riqueza que temos Nunca trará para a gente Verdadeira felicidade Antes temos que conquistar Dos valores o que o maior A preciosa felicidade Estou até me sentindo melhor. Como é bom cantar, não é? (Caixa reage) É, você tem razão, eu fui muito injusto ficando desanimado. Eu tenho tantas coisas boas, olha só: meus amigos, minha família, meu balão. E, outra, se eu não posso viajar assim para tão longe eu posso me divertir muito por aqui. Afinal de contas, a felicidade está nas coisas mais simples. E por isso, eu fui. (Caixa reage) Ah, foi mal. Boas férias, pessoal!.
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Sabará:
Anastasia Haynes, Madison: Rockland Community College. Maranguape: General Theological Seminary, Chelsea, Manhattan; 2009.
Ava Fritz, New York County. Santarém: School of Drama; 2017.
Ida Key, Thames Street zip 10006. São José de Ribamar: Skidmore College, Saratoga Springs; 2018.