Direito Processual Do Trabalho Integracao

Daemen College, Amherst - Estamos de volta com a Fátima. Dessa vez para falar de um assunto que interessa muitos de vocês, uma palavra que se usa muito em qualquer contexto, e às vezes de maneira errada, é essa palavra da compulsão alimentar. Então gostaria de aproveitar nossa dupla para justamente passar para nosso público uma noção mais, vamos dizer, científica, mas também da vivência clínica dessa compulsão alimentar. (Música) Então muito obrigada, Fátima, por estar aqui. Obrigada a você. A Fátima eu conheci há mais de 10 anos no Ambulatório de Transtornos Alimentares, a Fátima era coordenadora da parte da psicologia do tratamento da compulsão alimentar. Lá no Ambulim a gente trata a compulsão alimentar de maneira multidisciplinar, com nutrição, psicologia, e um médico psiquiatra se precisar. Também com intervenção de educação física. Então seja bem-vinda de novo, vamos falar dessa compulsão, está todo mundo dizendo: "Ah, tive compulsão por chocolate, Dra. Sophie." E aí a gente começa a perguntar... Eu acho que uma das coisas interessantes, obrigada por ter me convidado, novamente falando isso para você, uma das coisas mais importantes é que hoje a gente tem certeza que o transtorno da compulsão alimentar é uma doença. Até o ano de 2013, ele ainda se encontrava em pesquisa. Porque ele tem contextos muito parecidos com bulimia nervosa. Era considerado um transtorno não especificado, quase uma bulimia, mas não. É, ele ficava em uma vertente, que eu diria assim, entre a obesidade e a bulimia nervosa. Agora, o que a gente tem que entender é que a obesidade não necessariamente o indivíduo tem um transtorno de compulsão alimentar. Exatamente. A bulimia, embora tenha a compulsão alimentar, ela tem coisas que diferenciam da compulsão alimentar. Que são as estratégias compensatórias. Indução de vômitos, uso de laxantes... - Ou de atividade física... - Atividade física excessiva. A gente não vê isso no transtorno da compulsão. E eu acho que uma outra coisa: uma dieta restritiva excessiva. Então... restrição leva à compulsão. Você concorda comigo? E a gente quer repetir e repetir de novo. Não faça dieta, não faça restrição, porque você pode ter um risco de desenvolver compulsão. O risco aumenta até 18 vezes em alguns estudos. É interessante que eu coordeno o programa de genética no Ambulim, e a gente vê que tem sim predisposição genética para a compulsão. E agora o que a gente vê? - Que o gatilho é a restrição. - Sem dúvida. Eu acho que é uma coisa que a gente sempre imaginava, que hoje nós estamos muito mais perto de confirmar. Confirmar, porque não é todo mundo que faz dieta que vai ter compulsão alimentar. Não. Agora a gente vê que duas pessoas vão fazer a mesma dieta e uma vai entrar na compulsão alimentar. Eu digo o seguinte, que não é uma dieta que leva à compulsão. Mas toda compulsão começa com uma dieta. Perfeito. E tem também uma questão de dose-dependente, quer dizer, quanto mais você faz esse ciclo de dieta, mais risco você tem. E necessariamente quanto mais dieta você faz, mais massa adiposa você ganha. Ah, isso é outra coisa, fazer dieta engorda. Agora, uma definição da compulsão, gostaria que você desse, a sua definição, vamos dizer, da parte da compulsão alimentar visto pelo psicólogo. Tem uma definição no DSM, que é uma perda de controle, comer uma quantidade muito maior do que uma pessoa normal, uma pessoa, vamos dizer, da sua convivência, e, muitas vezes, escondida. Sem dúvida. E rápido. E muito rápido. Então é diferente do que um comer exagerado, por exemplo. Quando meu paciente vem no meu consultório e fala: "Dra. Sophie, estou com compulsão por chocolate", depende de como ela vai me contar isso. Sem dúvida. Porque restrição leva também a exgagero. Perfeito. Posso dar um exemplo: Uma pessoa decide que nunca mais vai comer chocolate, uma coisa que é muito difícil manter, não é sustentável, e vai ter um momento que vai comer. Agora, o plano é comer um pedaço da barra de chocolate, agora, na hora que vai comer, provavelmente a barra vai inteira. Isso é um exagero. Agora, na compulsão, a gente vê, não é só a barra. Vai ser duas latas de leite condensado, pão, arroz, feijão, muitos... - Em um determinado tempo... - Em um determinado tempo! E que funciona também, quando você pensa na compulsão, funciona como o quê? Como um tamponamento emocional. - Anestesia... - Anestesia! O indivíduo entra como se ele estivesse em um "protetor desligado". Ele está protegendo a si mesmo da dor emocional. Então a compulsão, ela também tem esse contexto. E o que você percebe? O que a gente chama de fome emocional. É uma fome que, na realidade, não vai acabar nunca. Então a tendência é que ele coma muito mais do que ele precisa. Ele tem fome física? Não. - Não necesariamente... - Não necesariamente. Porque às vezes atropela tudo. Atropela tudo, exatamente. Mas não é necessariamente por causa da fome que vai ter esse gatilho. Não é por causa da fome. É por causa de algo, que a gente chama de gatilhos, que podem ter tanto externos ao indivíduo, quanto internos. Quando você pensa em gatilho interno, você está pensando em uma memória, um pensamento. Quando você pensa em um gatilho externo, você pensa necessariamente em uma situação desencadeadora. Uma briga, uma perda de um objeto, ou de alguém, então o indivíduo, para lidar com esse contexto, ele utiliza-se da alimentação. De uma forma inapropriada. Porque ele come, come, come, até se sentir totalmente cheio. E não usa nenhuma estratégia compensatória. Essa compulsão alimentar, ela se trata com uma equipe multidisciplinar... - Também, também. - Também. É necessário, por quê? Normalmente, o indivíduo que tem transtorno de compulsão alimentar, tem uma comorbidade associada também, Ele pode ter um conteúdo depressivo, ele pode ter uma ansiedade, como podem ter outros diagnósticos que o tornam mais impulsivo. Então tem que ter um psiquiatra, tem que ter um nutricionista, principalmente um psicólogo, e, entre parênteses, pessoas que de fato conheçam transtorno da compulsão alimentar. E um educador físico, que é primordial, também ligado diretamente ligado diretamente a esse contexto. Isso, porque um profissional que não é formado, pode falar: "ah, mas se você tem uma compulsão, é só não comprar leite condensado em casa. Então quando você chegar em casa, não tenha nada dentro da sua casa que pode ocasionar essa compulsão". Ou pode falar: "quando acontece, vai fazer uma restrição para compensar". Então tudo isso pode levar a mais compulsão ainda. E um dado principal: uma das técnicas que mais se utiliza, que na realidade, eu diria que é a mais que não se deve utilizar, é a distração. Então assim, "olha, se você está com vontade de comer leite condensado, vai ler um livro". Ah, as dicas de enganar. Dicas de enganar. Porque, na realidade, o que acontece? Você consegue fazer isso em algumas situações. Em outras, não vai funcionar. Ele começa a ler, não tem concentração, porque ele está com a cabeça no leite condensado, ele para de ler o livro e vai fazer... Então são técnicas, na realidade, que acabam não funcionando com o paciente. E outra coisa que eu acho mais importante, quando você tem indivíduos com obesidade e compulsão alimentar, o contexto principal é a diminuição da compulsão alimentar ou zerar a compulsão alimentar. Consequentemente, a consequência pode ser a perda de peso. Perfeito. Mas o trabalho não é a perda de peso. O trabalho é que o indivíduo aprenda a se alimentar, não restrinja, não tenha compulsão, para que ele possa ter a possibilidade de perda de peso. E esses casos de pessoas que têm a compulsão alimentar, que estão chegando a uma obesidade severa, e que vão buscar a cirurgia bariátrica? Olha, a gente sabe que hoje, o transtorno da compulsão alimentar, ele não é exclusão para a cirurgia bariátrica. Mas a importância é: esse indivíduo, antes de chegar à cirurgia bariátrica, ele tem que trabalhar a compulsão alimentar. Por quê? Porque se ele não trabalha, ele tem possibilidade pós-cirúrgica, porque o pós-cirúrgico é altamente agrassivo, ele não perdeu a massa adiposa, a massa de adiposa está ali. Mas ele não consegue mais comer aquilo que ele comia, então o que acontece. Ele pode migrar para outras coisas. Uma das migrações que a gente percebe que mais fácil acontece, é o álccol. Tem álcool, tem jogo... Tem bulimia nervosa... E sabe que no Ambulim, o ambulatório, a gente está tendo esses casos. E a gente até montou um grupo de tratamento da compulsão em pacientes bariátricos. Perfeito. Porque a gente vê, infelizmente, muitos pacientes. Tem lista de espera. Então é muito importante ententer que a compulsão alimentar é uma doença. Então não é uma coisa que você trata com força de vontade e disciplina. E ainda menos com dieta. Tem que buscar ajuda. Tem que desmistificar a ideia de que obeso é preguiçoso, ainda mais quando ele tem associação com transtorno da compulsão alimentar. Não é algo que eles falam "vou parar" e paro. Então ele é muito taxado nesses dados. "Ah, ele não tem vergonha na cara, se quisese parar, ele parava", não é verdade. E muitas vezes, o que o profissional de saúde vai passar para ele, é passar uma dieta, vai só falar de peso, quando o problema dele é a compulsão. Então fala um pouquinho do grupo que você está montando, desse grupo que vai ser bem interessante porque vai ser, justamente, sobre compulsão e obesidade, então você vai reunir pacientes e trabalhar em conjunto durante 8 semanas? 8 semanas. É um trabalho, na realidade, também é multidisciplinar, só que, evidentemente, o contexto é mais com o psicólogo, nós vamos ter uma nutricionista que vai orientar, num primeiro momento. Um educador físico, que vai orientar, mas o trabalho, necessariamente, ele é psicológico. Caso precise de intervenção psiquiátrica, nós estamos encaminhando também para a psiquiatria, porque tem pacientes que vão precisar de medicação, mas é um trabalho onde vai ser baseado na terapia cognitiva comportamental, e nós vamos também utilizar um pouco do mindfulness. Perfeito. E tem tudo a ver. Agora, se alguém está procurando o seu grupo, eu vou colocar dentro do vídeo, no texto, o link que você vai me passar, para a inscrição para participar. Eu imagino que hoje tem pouca ajuda nessas dificuldades. A gente vê que está aumentando muito a demanda, e estamosem uma socieade, infelizmente, que vende que o estilo de vida mais saudável é fazer dieta. - Estar se restringindo... - Infelizmente! Então estamos em uma fábrica de compulsão. Não só, mas estamos em uma fábrica de uma doença que hoje está sendo vista como a doença do século, e vai ser dos próximos séculos, que é a depressão. Depressão... e a depressão e a compulsão, que vem primeiro? Necessariamente, a compulsão, provavelmente, pode vir primeiro. A compulsão, e depois, fica preso na depressão. A gente tem que diferenciar, porque a depressão também tem um conteúdo que é a hiperfagia. Que é bem diferente do conteúdo compulsivo. Fala um pouquinho sobre isso. A hiperfagia, necessariamente, o indivíduo come mais... - Quantidade... - Mais quantidade. O que diferencia um pouco da compulsão alimentar. Porque na compulsão alimentar, o indivíduo pode comer, em um tempo específico, uma quantidade muito maior do que a maioria das pessoas comeria, e um outro dado, que ele come pelo conteúdo emocional. Na depressão, você tem os dois lados. Tanto a hiperfagia, que é comer a mais, e a hipofagia, que é a perda de fome. Quando vem um paciente, no consultório, e fala: "Perdi muito peso". A primeira pergunta: "você fez dieta?" Se a pessoa fez dieta, ok. Perdeu peso porque fez dieta, e provavelmente vai reganhar tudo. Agora, se a pessoa fala: "não fiz dieta", aí que eu me preocupo. Porque eu já sei que alguma coisa está preocupante na saúde dessa pessoa. E um dos caminhos que eu investigo, pode ser, justamente, depressão. Pode ser depressão, ou pode ser uma coisa, vamos dizer, como câncer também. Perder peso, sem querer, não é um sinal de saúde. E infelizmente é o que todo mundo quer. E aí vem essa loucura de forçar o corpo a ir contra a fisiologia dele, para perder alguns quilinhos para aparecer na foto, quando isso não é saudável. Agora, acho que uma coisa que a gente poderia falar também, Sophie, é que o indivíduo com obesidade e transtorno da compulsão, e eu vou pôr entre parênteses. Nem todo obeso tem compulsão alimentar, isso é importante, os obesos, de uma forma geral, são hiperfágicos, em geral... Hoje a gente pensa que 30% dos obesos têm transtorno da compulsão alimentar. Agora, acho que uma coisa importante, que a gente pode falar aqui também, é sobre imagem corporal. Isso implica no quê? Que na realidade, o indivíduo que tem obesidade com transtorno da compulsão alimentar, ele não tem uma distorção de imagem. Não é que ele não consegue ver o quanto ele está pesando... Ele está insatisfeito... Ele está muito mais insatisfeito com a imagem, e uma outra coisa, que eu acho que é importante: o quanto ele sofre de preconceito por ser obeso. É... essa estigmatização da sociedade... Essa gordurofobia generalizada, que pode até desencadear mais depressão... Exatamente... ou mais ansiedade, que leva o indivíduo a se esconder, que leva o indivíduo a se isolar, que esse é o grande contexto do indivíduo que tem obesidade com transtorno de compulsão alimentar. Ele tem um medo exacerbado da sua perda de controle. Portanto, ele se isola socialmente. E, para finalizar, também muita vergonha. Sim! E deixa de ir buscar ajuda. A gente vê no Ambulim, ambulatório de transtorno alimentar, pessoas que vivem 20 anos com compulsão alimentar, pensando que era fraqueza. Quando na realidade é uma doença. Muito obrigada, adorei. Acho que eu vou te convidar outra vez. - Porque precisamos falar mais. - Maravilha..

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Itabira:

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