College of Arts Sciences and Engineering - Opa, valeu, amigão! As estradas de couro. Hum, me lembrei de uma outra coisa. Sabe, quando eu e meus primos íamos para a chácara do meu avô, brincávamos o dia todo. Mas, a minha prima, de vez em quando, queria mandar na brincadeira. “Ah não, tem que ser do meu jeito. Ninguém brinca mais. A bola é minha!”. (Caixa reage) Ela arrumava cada confusão. Mas, hoje, eu acho que ela ia gostar dessa história. (Caixa reage) Tá legal, tá legal. Vamos começar? Preparados? Então, para vocês... As estradas de couro Era uma vez, num lugar muito distante chamado Reino de Tudobem. O rei deste lugar era Carlinhos terceiro. Carlinhos era um menino mimado e egoísta. Vivia tendo ideias mas as suas ideias só serviam para satisfazer às suas próprias vontades. (som de corneta) Carlinhos - Eu ordeno que, a partir de hoje, o prato principal do almoço vai ser sorvete (risos). Hum, eu adoro sorvete. Mas no outro dia, outra ideia: (som de corneta) Carlinhos - Eu ordeno que, a partir de hoje, os finais de semana terão 5 dias. (Risos) (Caixa reage) Pois é, e apesar das suas ideias populares Carlinhos terceiro não tinha amigos. Nenhum. Até as crianças que, no começo, gostaram da ideia de tomar sorvete todo dia no almoço já estavam ficando enjoadas e até doentes. E no Reino de Tudobem, acabava ficando tudo mal. E quando Carlinhos queria brincar, como não tinha amigos, ele pedia ajuda para Juventino. Juventino era o funcionário do castelo. Carlinhos - Juventino, você pode brincar comigo? Juventino - Posso, Carlinhos, posso. Carlinhos - Oba! Mas quem sempre ganha sou eu, hein? Certo dia, Carlinhos terceiro, soube que ia acontecer o Campeonato de Futebol Entrereinos numa cidade vizinha e quis ir de qualquer forma. Carlinhos - Eu quero, eu quero, eu quero! E por isso, todos foram para o Campeonato. No meio do caminho... Carlinhos percebeu que as pessoas andavam a pé neste lugar. Nesta época ainda não tinham inventado os sapatos e qualquer pedrinha (ai!) machucava o pé do reizinho (ai, ui, ai!). Carlinhos - Ui, ai, Juventino! Juventino - O que foi, Majestade? Carlinhos - Quem foi que colocou pedras no meio do caminho? Trate de descobrir e mande falar comigo agora mesmo. Juventino - Majestade, eu acho que ninguém. Pedras existem em qualquer lugar. Carlinhos - Mas acontece que eu não gostei e pronto! E, Carlinhos terceiro, pensou, pensou, pensou e teve mais uma das suas “grandes ideias”. Carlinhos - Já sei! Eu ordeno que cubram todas as estradas com couro macio, para não machucar os pés. (Caixa reage) É... É claro que todo mundo também se assustou com essa ideia maluca. Majestade, eu acho melhor desistir dessa ideia. O Reino de Tudobem não tem dinheiro para uma obra tão grande assim sem dizer que eu acho uma crueldade sacrificar tantos animais só para cobrir as estradas com couro. E, quando Carlinhos percebeu que não tinha jeito, abriu o bocão. Carlinhos - Buáaaaa, buáaaa, buáaaa! Bateu o pé: Carlinhos - Buáaaaa, buáaaa, buáaa! Mas quando viu que nada daquilo adiantava, se trancou no quarto, sozinho, e não quis falar com ninguém. (Caixa reage) Oi, ah sim. Uma semana depois, lá trancado no quarto, Carlinhos ouviu alguém brincando de futebol do outro lado do castelo. Olhou pela janela e viu... Ahá, Palito. Jogando futebol descalço, ele parecia se divertir muito com a brincadeira. E, pela primeira vez: Carlinhos - Nossa, o Palito deve ser um menino legal. É, eu acho que deve ser divertido ter amigos. E Carlinhos terceiro pensou, pensou, pensou e teve mais uma grande ideia. Só que dessa vez, bem bacana. Carlinhos - Ai, ai... Eu acho que essa ideia sim vai valer a pena. Então Carlinhos pegou dois pedaços de couro, recortou duas tiras envolveu nos próprios pés e, pronto! Estavam inventados os sapatos. Carlinhos - Uau! É muito mais fácil forrar os próprios pés do que forrar uma estrada inteira. E, depois que outros pares de sapatos ficaram prontos, Carlinhos envolveu-os num presente e fez questão de entregar pessoalmente para Palito, lá no campo de futebol. Chegando lá: Carlinhos - Oi, Palito. Olha só, esses pares de sapatos são para você e seus amigos. Palito - Nossa, para mim e para os meus amigos? Obrigado, que legal! Carlinhos - Bom, agora eu vou ficar aqui, só assistindo vocês jogarem futebol. Pode? Palito - Só ver? E por que você não vem brincar com a gente? Carlinhos - Eu? Palito - É, você! Vem! (Risos) (Caixa reage) Gostou, né? Bom e, depois deste dia, no Reino de Tudobem ficou tudo melhor. Afinal, muito melhor do que tentar mudar o mundo inteiro é começar a mudança por nós mesmos. Por isso que eu lembrei da minha prima, que depois ela descobriu como era legal ter amigos e, daí, trouxe a sua bola de volta para continuar a brincadeira. (Caixa reage) E aí, vamos brincar? E aí, vamos brincar? (Risos).
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Simões Filho:
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